Donos da rua, da estrada, do asfalto, e até mesmo de vagas de estacionamento que não existem. Grande parte das pessoas, quando estão dentro de um carro se transformam (ou pensam que se transformam) em Max Rockatansky, do filme Mad Max, se acham acima da lei e acreditam que são os reis da estrada, fazendo o que querem, e o pior de tudo, ainda acham que estão certos!
Andando de ônibus para ir ao trabalho, em uma avenida com duas faixas de cada lado, começo a ouvir uma sirene, ao olhar para o lado esquerdo vejo uma Fiat Fiorino branca, e logo atrás uma ambulância precisando passar. Vejo o motorista da Fiorino ligar o indicador de direção (seta) para a direita, dar dois toques na buzina, para que o motorista do ônibus em que eu estava o veja, e abra espaço para ele entrar e abrir passagem para a ambulância.
Só que o que acontece, é que o ônibus acelera, a Fiorino também, e força sua entrada à frente do ônibus, manobra rápida, nada demais, o ônibus nem freou, foi o necessário para que o motorista do ônibus desse aquela colada intimidadora na traseira e uma buzinada longa para a Fiorino, como alguém que diz: "esta faixa é minha, não ouse entrar na minha frente ou eu passo por cima de você ok?". Desta forma, fica muito difícil sair de uma via, como é que se passa para a faixa da direita? E neste caso ainda havia a ambulância pedindo passagem.
Peguei carona com um amigo em uma estrada duplicada, que estava de certa forma com um movimento razoável, mas não havia nenhum carro na faixa da direita que tinha o asfalto um pouco mais áspero que o da esquerda, durante uma longa reta em que se era possível ver por pelo menos uns 2km.
Sentado no banco do passageiro, pude perceber carros dando sinal de luz para ele, porém, ele não saía da faixa da esquerda, três carros o ultrapassaram pela direita, então perguntei porque ele não ia para a faixa mais lenta, já que estava a pelo menos uns 10km abaixo do limite de velocidade da estrada e ele respondeu que havia uma entrada à direita, logo à frente, em que caminhões entravam um pouco "nervosos" na pista e jogavam para cima dos carros.
Era possível ver que a entrada estava a uma grande distância, algo em torno de 1km e se houvesse um caminhão querendo entrar na estrada era possível ver de longe ainda, mas ele não mudava de faixa, e ainda reclamou das pessoas que pediam passagem, que achava errado as pessoas ligarem a seta para a esquerda para pedirem passagem, ou darem sinal de luz. Vai entender, aí está um rei da estrada.
E a falta de respeito nas cidades continua, perto de onde trabalho, existe um ponto de ônibus, que não tem muito movimento, apenas duas linhas de ônibus passam por ali. É possível ver a placa de "ponto de ônibus" de longe, ao chegar perto próximo à placa, na calçada existe uma rampa para cadeirantes entrarem no ônibus, além de ladrilho direcional na calçada, para que cegos se guiem por toda a rua, e logo em frente à calçada, um carro estacionado no ponto de ônibus cobrindo a entrada da rampa.
O que posso dizer sobre isso? O dono do carro sempre vai dizer que era só uma parada rápida, que não ia atrapalhar ninguém, talvez ele não saiba quanto tempo leva para que o elevador de um ônibus desça e suba para colocar o cadeirante para dentro do ônibus, acessibilidade é para todos, mas se não prezarmos para que as coisas fiquem corretas, elas não dão certo.
Experimente tentar andar nas calçadas também, e imaginem a dificuldade para um cadeirante ou um cego, raízes de árvores antigas quebram todo o chão, fica impossível passar nesses lugares, hoje quando passava pela rua em que trabalho havia uma carro na entrada de uma garagem (conheço o lugar e sei que era uma oficina que fechou) ocupando tanto a calçada quanto um pedaço da rua com um senhor gordo ao lado de sua banheira lustrosa enquanto provavelmente esperava alguém. Me espremi entre a frente do carro e o portão, e passei encarando o dono do carro que pela sua cara, acreditava que eu fosse passar por trás do carro pela rua.
Engraçado, na hora me lembrei daquele ciclista de Nova Iorque que ao sair da faixa para ciclistas por ela estar interrompida e utilizar a rua para continuar seu trajeto foi multado. Depois disso, ele começou a gravar vídeos mostrando as diversas situações em que a ciclovia está bloqueada, mas mesmo assim, ele não sai dela, ele bate com a bicicleta em barreiras, cones, taxis e até em um carro de polícia, como é possível ver no vídeo abaixo.
Talvez essa seja a solução, eu deveria ter passado por cima do capô da banheira lustrosa enquanto encarava o dono do carro, afinal de contas, aquele é um espaço para pedestres, e então os outros motoristas deveriam é dar um "totó" na traseira do carro que vai na faixa da esquerda e não sai de jeito nenhum, o cadeirante teria todo o direito de arrebentar o carro próximo a rampa, ou quem sabe como mostra o vídeo abaixo, colocar sua cadeira em uma vaga para carros, prestem atenção na reação das pessoas, vejam só como elas se portam quando a situação é inversa.
Ok, respirando fundo e raciocinando duas vezes, acredito que a maioria não pense dessa maneira como a forma correta de resolver estes problemas, mas que dá vontade, ah se dá.
É uma questão de conscientização, e a velha mania do brasileiro de querer levar vantagem em tudo, passando por cima dos interesses comuns e só dando valor aos pessoais, só que o problema não é só aqui, a pouco vi um texto do Jeremy Clarkson, o apresentador do Top Gear que fala o que pensa do jeito que bem entende falando sobre problemas semelhantes de falta de respeito no trânsito não só no Reino Unido, mas em outras partes da Europa e nos EUA, se ele visse como são as coisas aqui então, teria assunto durante muito tempo.
Certos, agora alguns lerão o parágrafo anterior e pensarão: "ufa, que bom que não somos os únicos". Bom? Com este pensamento, o que é que vai acontecer com o mundo?
Ok, respirando fundo e raciocinando duas vezes, acredito que a maioria não pense dessa maneira como a forma correta de resolver estes problemas, mas que dá vontade, ah se dá.
É uma questão de conscientização, e a velha mania do brasileiro de querer levar vantagem em tudo, passando por cima dos interesses comuns e só dando valor aos pessoais, só que o problema não é só aqui, a pouco vi um texto do Jeremy Clarkson, o apresentador do Top Gear que fala o que pensa do jeito que bem entende falando sobre problemas semelhantes de falta de respeito no trânsito não só no Reino Unido, mas em outras partes da Europa e nos EUA, se ele visse como são as coisas aqui então, teria assunto durante muito tempo.
Certos, agora alguns lerão o parágrafo anterior e pensarão: "ufa, que bom que não somos os únicos". Bom? Com este pensamento, o que é que vai acontecer com o mundo?
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