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terça-feira, 28 de julho de 2009

Brasileiro é apaixonado por carro?


Sempre que se vai a uma loja de produtos importados, na maioria chineses ou coreanos procuramos por imitações, algo que apresente um certo status ao ser visto de longe, algo que nos faça sentir superior, de certa forma, enganando os outros que estamos com um produto de primeira linha, mas não passa apenas de uma imitação cheia de defeitos de algo que é bom e provavelmente faz sucesso.


Todo tipo de produto tem suas imitações, recentemente vi uma cópia do iPhone que tem antena de televisão e aceita dois chips, vídeo games de cartucho que tem o mesmo formato de um Playstation que utiliza CDs e um Astra que vendem por aí com o nome de Vectra! Isso mesmo, o modelo de Vectra vendido por aqui é na verdade o Astra europeu, o ultimo modelo do Opel Vectra nunca chegou por aqui e já saiu de linha por lá dando lugar ao Insignia, mas por que as industrias de automóveis também fazem isso? Custo.
Esta é a resposta, assim como os iPhones chineses, recriar um automóvel totalmente novo sai muito caro, então, utiliza-se a plataforma de um modelo já existente por aqui, no caso o Astra, coloca-se a carroceria do modelo mais novo e dão a ele o nome de Vectra, uma “falsificação legítima” já que os dois modelos são da mesma marca.

E isso não acontece só com este modelo, na própria GM, ainda temos casos parecidos, o corsa que já não é tão novo assim e seu modelo anterior em versão sedan convivem muito bem por aqui, com o nome de Classic, nas outras marcas acontece muito, gols de duas diferentes gerações, Peugeot 206 e 207 que por aqui não passam do mesmo carro com uma maquiagem diferente, mas a recordista é a Fiat, que lançou o Palio para aposentar o Uno, mas este resiste firme e forte, apenas com um nome diferente “Mille” e já “enterrou” duas gerações de Palio, enquanto outras duas ainda continuam em produção.

Mas esta história não é recente, nos anos 70 a Dodge fabricava por aqui o Dart, e precisava de um modelo mais esportivo, para atrair o público jovem, podia ter optado por usar a carroceria do Charger americano, mas isto implicaria custos altos para a criação de um novo modelo e novas peças, podia ter criado apenas uma versão R/T do Dart, mas acabou decidindo aplicar alguns retoques no Dart, e dar-lhe o nome de Charger, assim, o famosos nome iria atrair o público, mas fica fácil de perceber que é uma mesma carroceria com diferentes nomes.

Esta prática prova ser muito eficiente para os custos, mas será que estamos satisfeitos com isto, vender realmente eles são campeões de vendas, mas só por serem um pouco mais baratos, dirigir carros que não são o que parecem ser é estranho, e será que o brasileiro é mesmo apaixonado por carros como a Ipiranga diz? Eu acho que não, se realmente fossemos apaixonados por carros não iríamos ver tantos deles em péssimas condições e pessoas desesperadas por um carro novo, todos querem um carro novo por que não sabem cuidar do que tem. Será que o tempo das carroças que o Collor tentou afastar estão voltando? Porque se o governo não parar de cobrar tantos impostos, os carros fabricados por aqui vão ter que ser fabricados com uma defasagem de uns 10 anos para podermos pagar por eles, faz algumas semana que vi uma reportagem falando o quanto os mesmos carros fabricados aqui são mais baratos nos outros países do Mercosul, era mais ou menos assim, um Gol 1.0L básico custa mais ou menos uns 29 mil reais por aqui, na Argentina um modelo 1.6L completo custa convertendo o valor para o real uns 23 mil reais!(?) Se não estou enganado com os valores. Um absurdo!

Brasileiro é apaixonado por futebol, por carros não, por futebol o Brasil para a cada quatro anos, mas não pára para fazer uma revisão preventiva a cada seis meses em seu carro para evitar problemas futuros, preferem esperar que o problema surja e que saia bem mais caro para arrumar, além de ser pego de surpresa, e por mais que tentem nos enganar com uma propaganda bonitinha, poucos realmente são apaixonados por carros.

Voltando ao assunto chineses e coreanos, vi recentemente um Hyundai bonito, é o i30, bem interessante, linhas modernas, bastante tecnologia, rodas grandes, mas parece que já vi alguns daqueles detalhes antes, faróis que lembram um carro, portas que lembram outro, etc. Mas não nega o mérito da Hyundai, eles estão deixando de ser bons em copiar e se tornando bons em criar, assim, enquanto umas regridem colocando carros que são enganações no mercado, outros olham pra frente e veem que podem aprender com isto e se reinventar.

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