Páginas

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Quebraram o Berço do Automóvel


Como o acesso à conta do blogger ontem estava um pouco difícil (pra não dizer impraticável ou impossível) posto hoje o texto da quinta-feira.
No final do século XIX, em uma parte do império Áustro-Húngaro, alguns fabricantes de carroças, os chamados encarroçadores começaram adaptar os recém desenvolvidos motores de combustão interna a suas carroças, antes até mesmo do Benz Motorwagen de 1886, criaram o First Marcus Car, considerado por alguns o primeiro automóvel inventado, durante anos esta região que após a primeira guerra mundial se tornaria a Tchecoslováquia, Romênia, Polônia, Ucrânia, entre muitos outros países foi o berço do automóvel.
First Marcus Car
Apesar de a idéia ser boa, se espalhar rápido e em pouco tempo grande parte do mundo estar fabricando seu próprio automóvel, esta pequena região ainda continuou a ditar as regras de como seriam os automóveis durante muito tempo.
A tecnologia parecia florescer nesta região por meio de experimentação, tentativa e erro, a Tatra (não confundir com a Tata, empresa indiana dona da Jaguar) fabricou o primeiro carro com motor central em 1902, claro que não se tratava de nenhum superesportivo, era apenas uma nova maneira de se distribuir o espaço, assim, ele não ficava sobre os eixos.
Tatra 1925
Após a primeira guerra mundial a Tchecoslováquia chegou a ter entre os anos de 1920 e 1930, mais de 20 fábricas de automóveis ativas, algumas duraram um bom tempo, outras bem menos, e desta década de 20, apenas a Škoda sobrevive até hoje, administrada pelo grupo Volkswagen desde 1991, no começo fabricavam grandes modelos de luxo com perfil esportivo, mas com a grande depressão do final dos anos 20 e início dos 30 começaram a fabricar carros mais populares, assim como muitas outras marcas que tinham que continuar produzindo e principalmente vendendo.
Škoda 1930
Durante os tempos da cortina de ferro da União Soviética, fabricantes da Polônia, Ucrânia e principalmente Romênia desenvolviam os veículos para seus países no regime socialista e muitos podem pensar que este foi provavelmente o fim destas empresas, quando não havia concorrência e não era necessária a inovação para manter-se no mercado, mas não. 
Tatraplan
Foi uma época extremamente criativa, os carros apresentavam design fantástico e formas bem aerodinâmicas, diversos tipos de motores, desde pequenos quatro cilindros, a grandes v8. Modelos com soluções de design diferentes das usadas hoje, mas nem por isso piores ou defasadas, como o aerodinâmico Tatraplan acima e seu estilo Streamliner, ou o pequeno Felicia.
Škoda Felicia Roadster
O fim parece ter vindo mesmo é depois que estas empresas se associaram a outros grandes grupos, onde aos poucos foram eliminando suas linhas e introduzindo novas e virarem apenas subsidiárias de grandes marcas com pouca autonomia para se desenvolver projetos mais avançados.
Reestilização do Sandero
E hoje no Brasil nos empurram veículos defasados e pouco atraentes como Renaul Logan e Sandero, que na verdade foram desenvolvidos pela Dacia da Romênia, mesmo que James May seja louco pelo Dacia Sandero (ou não!), acho que na verdade quer mostrar onde é que a Dacia pensa que está, como é que estes carros são vendidos até hoje, o Logan mais se parece um restyling do Lada Laika e o Sandero é algo entre uma cama e um chá, ótimo para dormir.
Renault Clio 2011 (Europeu)
E tem mais, esta semana baixaram o preço e fizeram uma chamada reestilizada, mas pode chamar de “maquiagem para esconder as rugas” no Sandero, não sei onde a Renault quer chegar com estes carros e não consigo entender por que, com um carro tão bonito quanto o Clio vendido na Europa insiste num carro desajeitado como o Sandero, o berço do automóvel depois que foi tomado pelas grandes empresas nunca mais foi o mesmo.

Um comentário:

Carros disse...

Muito bom post, bem completo e explicativo, além de muito interessante.

eu ainda sonho em dirigir um destes carros bem, mas bem antigos.

Mas até onde eu sei o primeiro carro foi criado pelo Bens e por um outro engenheiro alemão.

Abraços!